CAÇA ESPORTIVA
3 de setembro de 2018RINHAS DE CÃES
3 de setembro de 2018Uma palavra de origem latina, que significa um grande anfiteatro com picadeiro circular, coberto, onde os antigos se reuniam para assistir jogos e apresentações de acrobatas, malabaristas, ilusionistas, equilibristas e palhaços, artistas com diversas habilidades. As civilizações antigas já praticavam atos circense há pelo menos 1000 anos. Os romanos foram muito importantes para o desenvolvimento do circo e suas atividades. As apresentações na Roma antiga reuniam milhares de pessoas e eram compostas pelas corridas de carruagem, mais tarde foi introduzido as lutas de gladiadores e confronto de animais selvagens para entreter o povo durante mais tempo.
Em 1768, na Inglaterra, foi inaugurado o circo moderno como conhecemos hoje, o Royal Amphitheatre of Arts, foi o primeiro circo de nossa era. Foi aberto com o intuito de exibições eqüestres e apresentações de cavaleiros e suas habilidades. Com o passar do tempo foi introduzido apresentações de palhaços , malabaristas e acrobatas para quebrar a seriedade dos shows e aumentar o tempo das apresentações. No ano de 1831, em Paris foi introduzido o uso de animais africanos nas apresentações. Desde está época, o treinamento dos animais era doloroso e cruel. No século XIX, aportou em terras brasileiras essa modalidade de entretenimento, com famílias e companhias europeias que praticavam as atividades circenses. As apresentações incluíam interpretações teatrais, ilusionistas, domadores de ursos e apresentações de cavalos, com o passar do tempo, os animais foram introduzidos nestas apresentações, como elefantes fazendo piruetas, domadores enfiando a cabeça na boca dos leões e ursos dançantes.
A vida dos animais que vivem nestas companhias circenses é miserável e triste. Muitas companhias não tem condições financeiras de garantir o alimento necessário para manter os animais saudáveis, estes passam fome e sofrem de inúmeras doenças, pois não tem tratamento veterinário, além disso, passam a vida inteira em jaulas apertadas e sujas, sofrem maus-tratos constantes, são frequentemente espancados e possuem treinamento punitivo severo, com o uso de eletrochoques e chicotes. Sofrem abusos psicológicos para perder o ânimo e o prazer pela vida e se tornarem submissos aos seus domadores. Os felinos na maioria das vezes, tem suas garras extirpadas e dentes arrancados para garantir que não ataquem seus treinadores. Os animais de circo vivem menos do que outros animais. O estresse e o desânimo compõem grande parte de suas vidas.
No Canadá, em 1982, surgiu um novo estilo de apresentações circenses, sem a exploração e uso de animais em seus espetáculos. Este é o novo estilo do circo do século XXI, onde o respeito pelos animais é a primícia de uma sociedade evoluída. No Brasil, inúmeras cidades aboliram o uso de animais em circo, como, Porto Alegre, Campinas, Sorocaba, Atibaia entre outras. Esta proibição fez com que companhias circenses abandonassem inúmeros animais em rodovias ou em fazendas. Deixando-os morrer de fome e sede em suas próprias jaulas, a mercê da própria sorte. O envolvimento da sociedade é crucial para a sobrevivência destes animais fragilizados que foram explorados desde o início de suas vidas. Muitos foram extirpados do seio de suas famílias por traficantes, outros já nasceram em cativeiro, na época que se permitia a reprodução de animais exóticos no Brasil. Muitas pessoas sensibilizadas com a condição de vida destes animais começaram a construir recintos para abriga-los. O IBAMA em 2009 iniciou um processo de adequação destas entidades de proteção dos animais exóticos. Muito ainda tem a ser feito para proporcionar um pouco de dignidade e de devolver o prazer de viver a estes animais que foram usados para o entretenimento de tantas pessoas. A vida em jaulas e picadeiros de espetáculos não é o melhor lugar para viver quando nascemos para fazer parte integrante da natureza.